
Quem é Callera?
CALLERA: Arqueólogo do Futuro
Entre a memória e o cosmos, um músico-filósofo ergue seus mundos sonoros
“A música não é apenas o que se ouve, mas o que se descobre do universo quando o silêncio se desfaz em vibração.”
CALLERA é um artista que não se satisfaz com a superfície do tempo. Seu olhar se divide entre o passado e o futuro: recorda as ruas da infância, os “Setembrinos” da Rua Sete de Setembro, enquanto mergulha nas teorias da física moderna, na cosmologia e na complexidade do pensamento contemporâneo. A sua obra é a travessia entre essas margens.
Há um traço de nostalgia criadora: o apego à Rua Sete de Setembro e aos “Setembrinos” não é apenas memória, mas matéria-prima poética. Ele é capaz de transformar lembranças em reflexão, em narrativa, em música.
Sua postura crítica (de viés marxista) também mostra que ele tem um olhar vigilante para o presente — não se deixa seduzir facilmente pelas ilusões da cultura de massa, ainda que saiba navegar nelas.
Autodidata e inquieto, constrói álbuns conceituais que são mais do que música: são mapas filosóficos sonoros, arquiteturas eletrônicas onde cada faixa se transforma em capítulo de um tratado cósmico.
Dos albuns Annunaki à Fifth Dimension and Beyond, passando pelas concepções de ressonância, vazio e transcendência, CALLERA compõe como quem escreve uma teoria: cada acorde ressoa com o universo, cada drone ecoa a densidade da história.
Sua música nasce de uma tensão criadora: de um lado, a nostalgia de um Recife vivo em memórias de esquina; de outro, o fascínio pelo desconhecido, pelas cordas cósmicas, pela hipótese de universos paralelos. Entre essas forças, CALLERA se afirma como arqueólogo do futuro — escava lembranças e teorias para edificar utopias sonoras.
Sua visão de mundo é marcada pelo espírito crítico marxista: atento às engrenagens da cultura de massa, desconfia das ilusões do consumo, defendendo a arte independente como resistência e libertação. Mas ao mesmo tempo, não se fecha no pessimismo: a cada obra, propõe uma possibilidade de redenção estética e filosófica, onde tecnologia e humanidade podem ainda se reconciliar.
Psicologicamente, CALLERA é um construtor de sistemas: cada álbum, cada texto, cada ideia nasce como se fosse uma cosmologia particular. Ao mesmo tempo, é espiritual e racional, capaz de unir emoção e análise, transcendência e crítica. Sua arte é contemplação em movimento, pensamento em vibração.
Na síntese, CALLERA é um artista-filósofo que transforma memória em manifesto, ciência em música, nostalgia em utopia. Suas composições não apenas preenchem o ar: redesenham o espaço da escuta, abrindo portais entre o humano e o cósmico.
CALLERA é músico-filósofo que transforma ciência, memória e crítica social em paisagens sonoras. Autodidata, cria álbuns conceituais que cruzam nostalgia e futurismo, entrelaçando drones, pads e harmonias cósmicas. Sua obra é um manifesto poético e crítico: a arte como resistência e como ponte entre o humano e o universo.
Atena Cybele
