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Rama Resonance - New Music by Callera Jarreliss

  • carlospessegatti
  • 28 de out.
  • 5 min de leitura
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🌠 RAMA RESONANCE — O SOM QUE VEIO DE FORA


Entre o silêncio das estrelas e o eco da razão humana


“Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia." Arthur C. Clarke


Há momentos em que o universo parece responder ao nosso próprio espanto.Um objeto atravessa o espaço — anônimo, solitário, indiferente à nossa presença — e desperta em nós a antiga intuição de que não estamos sós. Assim é o 3I/ATLAS, o cometa interestelar que agora visita fugazmente o nosso sistema solar. Sua trajetória é hiperbólica, como um arco de som que apenas tangencia nossa órbita antes de desaparecer para sempre.


Mas sua passagem reaviva um mito contemporâneo — o de Rama, concebido pela mente visionária de Arthur C. Clarke. Em O Encontro com Rama, um cilindro colossal e silencioso adentra o Sistema Solar, e a humanidade, ainda imatura em sua autopercepção, corre para compreendê-lo. Rama não fala, não ataca, não se explica. Ele apenas passa — como um sinal cósmico que não se traduz em linguagem, mas em vibração.


🔭 O visitante e o ouvinte


Há uma beleza melancólica nesse tipo de acontecimento: o universo lança um mensageiro, e nós — frágeis seres racionais — buscamos significado em sua passagem. O 3I/ATLAS é o terceiro corpo interestelar detectado pela humanidade. E se o primeiro, Oumuamua, foi saudado como um mistério geométrico e metálico, este novo visitante é o espelho de uma continuidade:a lembrança de que há vozes lá fora.


Mas o que é “voz” em escala cósmica? Para o físico, é radiação, luz e espectro. Para o músico, é frequência, ressonância e timbre. Para o pensador — e aqui inscrevo minha própria escuta — é sentido, a vibração do Ser atravessando o silêncio. O universo fala através de suas oscilações, e nós, ao criar música, tentamos devolver-lhe uma resposta.


🎶 A ressonância como linguagem universal


Clarke compreendeu que a verdadeira comunicação entre civilizações cósmicas talvez não se dê por palavras, mas por ritmos e padrões vibratórios. O silêncio de Rama é, em si, uma forma de comunicação: ele ressoa na mente humana como um acorde sustentado na imensidão. Do mesmo modo, o 3I/ATLAS, ao emitir gases, ao vibrar com o calor solar, ao revelar-se em espectros de CO₂ e poeira, produz sua própria partitura intergaláctica.


A música, em sua essência mais pura, é isso — a tradução da matéria em frequência. Por isso, cada vez que um corpo interestelar cruza o nosso sistema, é como se uma nova nota fosse tocada na sinfonia do cosmos. E talvez o papel do artista seja escutá-la e devolvê-la em forma de som humano.


🌌 O papel do artista cósmico


Há uma dimensão filosófica neste gesto. Quando a ciência observa, mede e calcula, a arte escuta. E o que ela escuta não é apenas ruído cósmico, mas o eco da própria consciência tentando compreender-se no espelho das estrelas.


O artista cósmico — e aqui se inscreve o espírito de minha criação musical — não imita o universo, mas tenta vibrar junto com ele. Cada faixa, cada textura, cada harmonia é uma tentativa de sincronia entre a vibração do átomo e a vibração da alma.


A obra Rama Resonance existe como conceito de escuta expandida: a música como tradução daquilo que não pode ser dito. É o som que vem de fora, mas que encontra em nós o espaço para ressoar.


🪐 A música do indizível


Um dia, o 3I/ATLAS deixará o Sistema Solar, como Rama o fez na ficção. Mas seu rastro permanecerá — não como dado astronômico, mas como símbolo de uma conexão perdida entre ciência e poesia. Cada vez que um desses viajantes passa, o universo nos pergunta: “Vocês conseguem me ouvir?”


E é então que entra o papel da arte: responder, não com palavras, mas com som.


Porque o cosmos é música em estado puro — e nós somos seus ouvintes temporários.



RAMA RESONANCE — O Visitante Além das Cordas


Entre o mito, a ficção e a ciência: a vibração do desconhecido


Há instantes na história da humanidade em que o olhar se ergue ao firmamento e encontra algo que desafia o entendimento. São momentos raros — e, por isso, profundamente simbólicos. O recente anúncio sobre o objeto interestelar 3I/ATLAS, cuja origem ainda permanece envolta em mistério, é um desses sinais do cosmos que reacendem, em nós, o mesmo espanto que moveu os grandes navegadores do espírito humano.


O nome ATLAS carrega, por si só, uma simbologia poderosa. Como o titã mitológico que sustenta os céus, este corpo celeste parece trazer sobre si o peso do desconhecido — um fragmento de outro mundo que, ao cruzar nosso sistema solar, nos devolve à nossa condição de observadores minúsculos diante da vastidão. Mas há algo além da curiosidade científica: uma sensação quase metafísica de que o cosmos, em sua incomensurável extensão, fala através desses visitantes silenciosos.


O eco de Rama


O escritor Arthur C. Clarke, em O Encontro com Rama (1973), imaginou um artefato interestelar cilíndrico que atravessa o sistema solar sem qualquer comunicação aparente, deixando atrás de si apenas um rastro de mistério. Rama não é uma ameaça, tampouco uma promessa — é um enigma sonoro. Sua presença evoca silêncio, proporção e vibração. O que Clarke intuiu com sua genial ficção é a ideia de que o verdadeiro contato cósmico não se dá por meio da palavra, mas da ressonância.


Ao contemplar o 3I/ATLAS, não é difícil perceber a semelhança simbólica: um visitante que surge do nada, se aproxima do Sol e se afasta, sem revelar sua natureza. Tal como Rama, ele desperta em nós não o medo, mas a contemplação.


O cosmos, mais uma vez, parece ter nos enviado uma partitura — e cabe ao artista tentar traduzi-la em som.


A escuta cósmica


Em Rama Resonance, a peça que ora começa a ser esboçada, o propósito não seria descrever o objeto, mas ouvi-lo. Não pela via científica, mas pela via estética e vibratória. A música, nesse sentido, torna-se um ato de escuta filosófica, um exercício de tradução do indizível.



Rama Resonance - Peça em 4 Atos


Primeiro Movimento — O Avistamento 


Segundo Movimento — A Aproximação


Terceiro Movimento — O Contato 


Quarto Movimento - O Silêncio Revisitado 




Filosofia da vibração


Se o universo é feito de cordas vibrantes — como nos propõe a Teoria das Cordas —, cada partícula seria uma nota, cada campo, uma harmonia. O cosmos, nesse sentido, é uma sinfonia em permanente execução, e cada evento cósmico, como o surgimento do 3I/ATLAS, é apenas uma modulação dessa sinfonia universal. O músico, então, torna-se um intérprete dessa grande partitura invisível. O que Clarke escreveu em ficção, a astrofísica começa a confirmar: o universo não é um silêncio, mas uma vibração em expansão.


É essa noção que Rama Resonance procuraria encarnar: a convergência entre mito, ficção e física. Uma obra que nasce do espanto e se mantém no limiar entre ciência e espiritualidade, onde a estética é também uma forma de conhecimento.


O visitante que nos habita


Talvez o 3I/ATLAS seja apenas um cometa, talvez um fragmento inócuo de rocha interestelar. Mas há uma dimensão poética que não deve ser descartada. Cada corpo celeste que cruza o espaço carrega consigo o testemunho de outros mundos — e, por isso, atua como espelho da nossa ignorância e da nossa curiosidade.


Em última instância, o verdadeiro “visitante interestelar” é o mistério que habita o interior da própria consciência humana. O homem, ao criar, ao compor, ao teorizar, tenta tocar o inatingível — transformar o ruído do cosmos em melodia inteligível. E, nesse gesto, revela-se a grande vocação da arte: dar forma sensível ao insondável.


“Não estamos sós no universo — não porque haja outros seres, mas porque o universo inteiro vibra conosco.”— CALLERA


RAMA RESONANCE Pt. 3 - THE CONTACT (Inner Hall)



 
 
 

1 comentário


Convidado:
28 de out.

Bastante Jarrelico o Encontro com Rama.

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